O principal objetivo da
avaliação pré-anestésica é realizar um planejamento anestésico (estabelecer um
protocolo individual) a partir dos dados do estado físico do paciente. É
possível identificar e descobrir condições ocultas que possam atrapalhar o curso
da cirurgia através das avaliações físicas e do histórico do paciente, traçar a
técnica/protocolo mais seguros em relação aos riscos apresentados, minimizar as
complicações . Deve-se avaliar cuidadosamente o paciente por meio de
identificação, anamnese, exame físico e exames complementares.
Identificação: a raça, idade,
espécie e estágio reprodutivo podem indicar risco na administração de
determinados fármacos. Fêmeas prenhes, neonatos ou senis, por exemplo, podem
apresentar sensibilidade maior aos efeitos da anestesia e fêmeas no cio tem
maior propensão a apresentar hemorragias no ato cirúrgico.
Anamnese: deve-se investigar
histórico de doenças, uso de medicamentos, alergias, temperamento, sinais
clínicos e qualquer outro sinal que possa fornecer pistas sobre o estado do
animal. Apesar de algumas cirurgias serem emergenciais, é impressindível deixar
o animal em jejum antes de uma cirurgia eletiva. O jejum reduz o conteúdo
gástrico, diminuindo a compressão dos grandes vasos no caso de decúbito
dorsal(causa comum de de complicações operatórias em equinos), reduz o risco de
vômito/ regurgitação após aplicação de fármacos e a possibilidade de
sufocamento ou pneumonia como complicação da aspiração do conteúdo regurgitado.
S. respiratório: tosse,
dispneia, secreções
S. cardiovascular: cansaço,
síncope, edemas
S.N.C.: convulções
S. gastrointestinal: vômito,
diarreia
S. endócrino: diabetes,
hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo
Exame físico: ao verificar o
peso do animal é possível calcular a dosagem dos anestésicos e outros fármacos
necessários, e avaliar o estado
nutricional (animais desnutridos/hipoproteicos possuem menor fração de
proteínas plasmáticas, o que resulta em maior fração livre de fármacos para a
biofase e consequente maior efeito), ou seja, para um animal desnutrido é muito
fácil que a dose normal se transforme em sobredose.
Também é necessário avaliar as
frequências respiratória, cardíaca, presença de ruídos e arritmias durante a
ascultação como verificar os acessos venosos para a fluidoterapia.
Verificar peso
Avaliar condição física
Avaliar parâmetros
fisiológicos: frequência cardíaca(F.C.), frequência respiratória(F.R.), pressão
arterial(P.A.), temperatura(T), tempo de preenchimento capilar(T.P.C.) e coloração
de mucosas.
Exames complementares: são
importantes para avaliar o risco de sangramento acentuado, desidratação
(hematócrito, hemoglobina). Caso o animal esteja desidratado ou com alguma
descompensação, deve-se reestabelecer o seu estado até ser possível fazer a
cirurgia, a não ser que a cirurgia seja emergencial e crucial para a
preservação da vida do indivíduo.
Hemograma completo
Testes de função renal e hepática
Testes de sangria e coagulação
Glicemia
ECG
Urinálise
Classificação ASA: a
classificação dos riscos varia de I a V que caracteriza o risco assossiado ao
procedimento cirúrgico e possui a designação E(emergência), que é acrescentado
aos estados de I a V.
Autorização para o ato
anestésico-cirúrgico: o tutor deve ser adequadamente instruído sobre o estado
do animal, o tipo de procedimento cirúrgico, os riscos e possíveis complicações
do ato anestésico-cirúrgico envolvidos. Após esclarecimento de todos os
aspectos o tutor deve ler e assinar o termo de autorização do ato e
procedimentos necessários. No termo o tutor atesta que foi instruído
adequadamente e resguarda o médico veterinário de maus entendidos futuros,
assim como o responsabiliza para um procedimento responsável e ético perante o
seu paciente.
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