Eritrograma
Trata-se de um exame
laboratorial que permite avaliar anormalidades nos eritrócitos, também
conhecidos como “série vermelha”. Não é muito comum ser feito isoladamente, mas
como integrante do hemograma. Através da análise do eritrograma podemos
identificar anemia, desidratação, inclusões citoplasmáticas comuns em algumas
doenças e deficiência de ferro. Exames laboratorias sozinhos não podem em
hipótese alguma determinar o estado de um indivíduo, são usados como
complemento da avaliação semiológica e auxiliam no diagnóstico final, o que
depende da interpretação e dos conhecimentos do clínico.
Os valores de referência
representam uma média mínima e máxima de cada espécie para se considerar
resultados anormais. Animais diferentes possuem valores referenciais diferentes
e até mesmo o estado fisiológico ou espécie pode alterar os padrões a serem
interpretados, portanto, uma referência que é alarmante para um cão não
necessariamente o será para um gato.
Para compreender o eritrograma
é necessário entender minimamente o processo de produção dos eritrócitos. A
eritropoiese é um processo contínuo no organismo e em situações de normalidade
há maior quantidade de células adulta/diferenciadas do que células jovens na
corrente sanguínea.
O estímulo pra a produção de
eritrocitos é a hipóxia tecidual que estimula as células renais secretoras de
eritropoietina a secretá-la. Esta por sua vez é lançada na corrente sanguínea
onde circula até chegar na medula óssea e induzí-la a produzir eritrócitos.
Após corrigido o desequilíbrio ocorre o feedback negativo promovido pelo
aumento no número de células.
Em situações patológicas como
na anemia, quando a deficiência de eritrócitos é acentuada, há um estímulo para
que a medula trabalhe de forma muito acelerada, o que culmina no aumento de
células jovens circulantes. Esta situação é benéfica e crucial na recuperação
do indivíduo. Na insuficiência renal, por exemplo, pode haver perda de grande
quantidade de células secretoras de eritropoietina o que pode causar anemia
como complicação da doença.
Parâmetros
utilizados na interpretação do eritrograma
Volume Globular(VG) ou
hematócrito(HT): é a porcentagem da proporção de eritrócitos presentes no
sangue. Quando está alto pode indicar perda de líquido(desidratação) o que
ocasiona aumento na concentração de eritrócitos. Valores abaixo da referência
inferior indicam pouca concentração de eritrócitos com relação ao sangue, o que
sugere anemia. A amostra de sangue é centrifigada( no tubo de ensaio ou no
microtúbulo de hematócrito) e colocada na frente de uma tabela graduada com
valores de concentrações. É assim que obtemos o valor.
Concentração de hemoglobina:
medida em g/L
A hemoglobina é uma proteína presente
dentro da hemácia que carreia o oxigênio. Este exame baseia-se na
espectofotometria que permite saber as concentrações de determinado soluto ao
submetê-lo a feixes de luz. Quanto maior a concentração, menos feixes
atravessarão a amostra e é assim que se tem os valores do exame que servem para
os cálculos da concentração.
Volume corpuscular médio(VCM) ou volume globular
médio(VGM): é obtido a partir de um cálculo matemático que divide a % do
hematócrito pelo total de hemácias e permite inferir o tamanho destas. Um VGM
elevado pode indicar presença de formas jovens em grande concentração e
associado a VG baixo e concentração de hemoglobina baixa sugere que existe um
quadro de anemia regenerativa, que é quando a medula está funcional e
trabalhando para reverter o quadro anêmico. Se o animal for tratado estes
valores voltam ao normal após reestabelecer a normalidade.
VCM= hematócrito% x 10
Total de hemácias
Concentração de hemoglobina
corpuscular média(CHCM): mensura a contração de hemoglobina dentro das hemácias
e é obtido a partir da divisão da concentração de hemoglobina pela do
hematócrito.
CHCM= [] de
hemoglobina(g/L) x 100
hematócrito%
Avaliação morfológica dos
eritrócitos: é a avalição visual do tamanho, forma, presença de
corpúsculos/inclusões, agentes infecciosos, teor de hemoglobina e outros. É
feita a partir de esfregaço sanguíneo que é analisado por microscópio óptico.
Leucograma
No leucograma analisamos a “série
branca” do sangue de forma quantitativa(valores globais/ absolutos) e
qualitativa(morfologia, presença de inclusões, etc...), assim como na análise
anterior. O número de leucócitos permanece relativamente constante e tem suas
proporções alteradas em situações patológicas. Saõ classificados como
polimorfonucleares aqueles que possuem núcleo condensado e segmentado, também
chamados de granulócitos devido a sua grande quantidade de grânulos
citoplasmáticos contendo enzimas hidrolíticas, agentes antibacteriano e são
identificados pela coloração de seus grânulos(neutrófilos, basófilos e
eosinófilos). Os mononucleares também são chamados de agranulócitos, porém, não
são desprovidos de grânulos, apenas os têm em pequena quantidade.
Leucocitose: É o aumento geral
de leucócitos. Pode ocorrer em processos inflamatórios, infecciosos ou esxtresse
extremo. Corresponde a fase aguda da doença.
Leucopenia: geralmente
associada a infecção viral ou estresse extremo/crônico devido a liberação de
cortisol.
Desvio a esquerda: é a
presença de alta quantidade de células da linhagem granulocítica jovem, ou
seja, bastonetes(neutrófilos joviais).
Neutrófilos: São células
móveis, fagocíticas, produzidas e armazenadas na medula óssea e liberadas para
o sangue periférico por estímulo de mediadores inflamatórios. Podem
circular(população flutuante = 50%) ou permanecer marginados ao endotélio dos
vasos sanguíneos. A população marginal pode ser mobilizada por estímulos
inflamatórios como adrenalina + corticosteróides(estresse ou medicamento) e
produzir neutrofilia, sem necessariamente haver liberação destes da medula
óssea.
Neutropenia: como é o primeiro
leucócito a ser mobilizado nas mais variadas infecções pode ter sua produção
aumentada mas, está sujeito a baixas pela ação de vírus, antibióticos,
antiinflamatórios e bactérias.
Eosinófilos: a eosinofilia é
comum em processos alérgicos, parasitoses e distúrbios dermatológicos, mas
também pode ocorrer em estados de convalecença por doenças virais.
Eosinopenia: em situações de
estresse agudo e estimulação por adrenocorticóides, adrenalina ou ambos em
estados inflamatórios
Linfócitos: participam das
infecções somente após reconhecerem o antígeno e produzem anticorpos(linfócito
B) ou agem por citotoxicidade(linfócito TCD8)
Linfocitose: ocorre em vários
tipos de infecções.
Linfopenia: Ocorre em estresse
crônico ou uso de corticosteróides.
Basófilos: comuns em alergias.
Possuem grânulos com heparina e histamina.
Monócitos: atuam como
apresentadores de antígeno, na fagocitose e eliminação de microrganismos.
Monocitose: pode ser observada
em fase de convalecença e cronificação de uma doença.
Monocitopenia: pode ocorrer
secundariamente a endotoxemia ou no uso de glicocorticóides.
Leucócitos Fonte
É isso, bom estudos!
obrigada! ajudou bastante!!! <3
ResponderExcluirQue bom que ajudou! =)
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