quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Fazendo avaliação pré-anestésica

O principal objetivo da avaliação pré-anestésica é realizar um planejamento anestésico (estabelecer um protocolo individual) a partir dos dados do estado físico do paciente. É possível identificar e descobrir condições ocultas que possam atrapalhar o curso da cirurgia através das avaliações físicas e do histórico do paciente, traçar a técnica/protocolo mais seguros em relação aos riscos apresentados, minimizar as complicações . Deve-se avaliar cuidadosamente o paciente por meio de identificação, anamnese, exame físico e exames complementares.

Identificação: a raça, idade, espécie e estágio reprodutivo podem indicar risco na administração de determinados fármacos. Fêmeas prenhes, neonatos ou senis, por exemplo, podem apresentar sensibilidade maior aos efeitos da anestesia e fêmeas no cio tem maior propensão a apresentar hemorragias no ato cirúrgico.

Anamnese: deve-se investigar histórico de doenças, uso de medicamentos, alergias, temperamento, sinais clínicos e qualquer outro sinal que possa fornecer pistas sobre o estado do animal. Apesar de algumas cirurgias serem emergenciais, é impressindível deixar o animal em jejum antes de uma cirurgia eletiva. O jejum reduz o conteúdo gástrico, diminuindo a compressão dos grandes vasos no caso de decúbito dorsal(causa comum de de complicações operatórias em equinos), reduz o risco de vômito/ regurgitação após aplicação de fármacos e a possibilidade de sufocamento ou pneumonia como complicação da aspiração do conteúdo regurgitado.

S. respiratório: tosse, dispneia, secreções
S. cardiovascular: cansaço, síncope, edemas
S.N.C.: convulções
S. gastrointestinal: vômito, diarreia
S. endócrino: diabetes, hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo

Exame físico: ao verificar o peso do animal é possível calcular a dosagem dos anestésicos e outros fármacos necessários,  e avaliar o estado nutricional (animais desnutridos/hipoproteicos possuem menor fração de proteínas plasmáticas, o que resulta em maior fração livre de fármacos para a biofase e consequente maior efeito), ou seja, para um animal desnutrido é muito fácil que a dose normal se transforme em sobredose.
Também é necessário avaliar as frequências respiratória, cardíaca, presença de ruídos e arritmias durante a ascultação como verificar os acessos venosos para a fluidoterapia.

Verificar peso
Avaliar condição física
Avaliar parâmetros fisiológicos: frequência cardíaca(F.C.), frequência respiratória(F.R.), pressão arterial(P.A.), temperatura(T), tempo de preenchimento capilar(T.P.C.) e coloração de mucosas.

Exames complementares: são importantes para avaliar o risco de sangramento acentuado, desidratação (hematócrito, hemoglobina). Caso o animal esteja desidratado ou com alguma descompensação, deve-se reestabelecer o seu estado até ser possível fazer a cirurgia, a não ser que a cirurgia seja emergencial e crucial para a preservação da vida do indivíduo.

Hemograma completo
Testes de função renal e hepática
Testes de sangria e coagulação
Glicemia
ECG
Urinálise

Classificação ASA: a classificação dos riscos varia de I a V que caracteriza o risco assossiado ao procedimento cirúrgico e possui a designação E(emergência), que é acrescentado aos estados de I a V.



Autorização para o ato anestésico-cirúrgico: o tutor deve ser adequadamente instruído sobre o estado do animal, o tipo de procedimento cirúrgico, os riscos e possíveis complicações do ato anestésico-cirúrgico envolvidos. Após esclarecimento de todos os aspectos o tutor deve ler e assinar o termo de autorização do ato e procedimentos necessários. No termo o tutor atesta que foi instruído adequadamente e resguarda o médico veterinário de maus entendidos futuros, assim como o responsabiliza para um procedimento responsável e ético perante o seu paciente.





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